sábado, 29 de outubro de 2011
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
sejamos sãos
não fosse aquele par de chinelos tão desgastados quanto a palavra amor, eu não teria andado tanto tempo com os pés desnudos, expostos a pregos, cacos de vidro, pedras e toda sorte de obstáculos que um longo caminho, o caminho da vida, nos impõe; e tu, está claro, não estaria agora com minhas pernas sob teu colo a limpar um mar de feridas, feridas que não causaste e que por isso mesmo não são tuas. com tanto esmero, lograrás êxito, acredito eu, na cura delas. mas não te deixes levar pela conversa leviana que insiste em dizer que terás tu que fazer-me outro agravo na pele para que eu volte a ti, e mais outro, e depois outro, e outro, e outro, e outro, dando vinda longa, assim, a nosso trato. o que se percebe comumente são pessoas doentes que vivem agredir-se mutuamente sabe-se lá o porquê. mas façamos de nós o que está fora do comum, sejamos sãos: dás saúde aos meus ferimentos, e eu saberei ser-te grato por isso.
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