quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Hiato

Entre uma parada de ônibus e outra, corro, corro para chegar mais rápido, sem atraso. Entre um dia e outro, durmo, durmo para suportar o peso do dia que vem. Entre um trago de cachaça e outro, fumo, fumo para aquecer a garganta. Entre uma crônica e outra, leio, leio para me distrair com os grandes. Entre um gozo e outro, respiro, respiro para aliviar as batidas do coração. Entre uma conversa e outra, me calo, me calo porque o silêncio também é sabedoria. Entre uma dor e outra, sorrio, sorrio porque não só de tristezas se faz a vida. Mas entre uma vez que te vejo e outra, me diz o que eu faço, me diz o que eu faço quando de ti sou apartado!

2 comentários:

emerson disse...

Pois é, Rosano. Você escreve tão bem que me parece evidente: você vai ser um grande nome de nossa cultura pernambucana e brasileira.Volto a sugerir que aprenda idiomas, muitos idiomas. Você perceberá como isso vai ajudá-lo a melhor sempre e cada vez mais sua expressão em português brasileiro. Insito em querer conhecê-lo antes de voltar ao Canadá.

Renan Cabral disse...

Massa! E adoro textos com ônibus, acho algo muito próprio do nosso urbano. Tenho anotação sobre isso que quer virar ficção mas aínda tá na cozinha. E tu, tens coisas dessas viagens de ônibus? Um forte abraço!

R. Cabral
semcadernos.wordpress.com