Entre uma parada de ônibus e outra, corro, corro para chegar mais rápido, sem atraso. Entre um dia e outro, durmo, durmo para suportar o peso do dia que vem. Entre um trago de cachaça e outro, fumo, fumo para aquecer a garganta. Entre uma crônica e outra, leio, leio para me distrair com os grandes. Entre um gozo e outro, respiro, respiro para aliviar as batidas do coração. Entre uma conversa e outra, me calo, me calo porque o silêncio também é sabedoria. Entre uma dor e outra, sorrio, sorrio porque não só de tristezas se faz a vida. Mas entre uma vez que te vejo e outra, me diz o que eu faço, me diz o que eu faço quando de ti sou apartado!
2 comentários:
Pois é, Rosano. Você escreve tão bem que me parece evidente: você vai ser um grande nome de nossa cultura pernambucana e brasileira.Volto a sugerir que aprenda idiomas, muitos idiomas. Você perceberá como isso vai ajudá-lo a melhor sempre e cada vez mais sua expressão em português brasileiro. Insito em querer conhecê-lo antes de voltar ao Canadá.
Massa! E adoro textos com ônibus, acho algo muito próprio do nosso urbano. Tenho anotação sobre isso que quer virar ficção mas aínda tá na cozinha. E tu, tens coisas dessas viagens de ônibus? Um forte abraço!
R. Cabral
semcadernos.wordpress.com
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