meu amor já vinha de longe decidida, pra fazer, acontecer, pintar o sete, ora essa, porque ela sabe! meu amor suou o suor do desamor e veio enfurecida, vingar, ela pode, podem todas, e ai de quem disser contrário; lá na terra dela não se via amor andando, era coisa distante, de livro e de poema, e olhe lá, mas meu amor ia mesmo, e foi; meu amor me chamou de "meu amor", alcunha que eu pensava que ela nunca mais me daria, e nem ela queria dar, só deu porque queria se vingar, não de mim, mas de outro, porque, repito, ela pode, todas podem! meu amor disse que meu cheiro era cheiro de amor, e mordeu, e arranhou, e apertou, e fez tudo o mais, o que tinha direito e o que não tinha; meu amor sabia que não eu não resistia, e como sabia, e por isso veio a mim, pois sabia que fazia e acontecia; meu amor não me chamou de amor, me pegou, tirou a roupa, a minha e a sua, e fez o que queria fazer, o que importava fazer, aquilo que naquele lugar ninguém chegou a fazer: - meu amor tirou o amor da estante!
e eu agradeço.
2 comentários:
Bendito seja esse amor afoito de ser.
avassalador ;)
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