E enquanto morar debaixo desse teto, tá me ouvindo, me deve satisfação. É a frase que muitos filhos devem ter ouvido de seus pais, descontado o tom mais ou menos agressivo e autoritário, que vai variar de pai para pai, e de filho para filho também, afinal estamos longe de sermos bons exemplos, justiça seja feita.
Nem sempre a saída é compulsória, ânimos que se agitam, estopim que resulta com um dos lados (quase sempre o do filho) de mala feita, a caminho sabe-se lá de onde. Às vezes, e é bom que seja assim, é só mais um cilco da vida que se encerra, e outro que se inicia. As lágrimas que despencam dos olhos tristes são de uma saudade antecipada, temperadas apenas com uma dose de possessividade das mães para com suas crias.
E nós sabemos que a autonomia e a liberdade são duas moças muito aprazíveis, mas a acompanha uma senhora um tanto exigente chamada responsabilidade. Porque vai chegar a hora que irão tocar a sua campanhia pedindo para falar com o(a) dono(a) da casa, e você vai ter que dizer:"Sou eu!".
Mas isso a gente aprende, nem que seja através de martelada. Por que a vida, viu, é assim: enquanto a gente não morre, a gente aprende.
Ponderações (necessárias) à parte, você há de convir o quão bonito é um filho que se emancipa, que, como diziam nossas mães, com licença Dona Betânia, tornam-se donos(as) dos seus narizes.
Eu na casa de um amigo, pego um cigarro e vou me dirigindo lentamente até a porta, quando sou interrompido:
- Pode ficar aí, camarada, a casa é minha.
Foi uma das coisas mais belas que já ouvi.
Um comentário:
meu endereço é em mim
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