Mais uma sexta-feira, mais um começo de começo de noite. E só. Nada a mais que isso. As mesmas pessoas circulam, com as mesmas aspirações, os mesmo anseios, as mesmas lamentações, as mesmas frustrações. Nada surpreende, salvo a mesmice, o marasmo. Isso sim é que surpreende!
Chato, se você acha que é o adjetivo mais apropriado. De saco cheio, se era a expressão que você queria ouvir.
Nem a minha pequena, reparem bem, estava comigo. Aonde ela estará? Quem sabe. Queria mesmo era tê-la aqui, para esquentar suas orelhas frias com segredos de liquidificador, de centrífuga, ou batedeira. Não importa. Eis o que importa: o sussurro, o ato, a devoção. De quem se joga, mas com sinceridade.
A caminho de mais um bar, à procura de uma cerveja gelada, o maior dos prêmios, eu e Valmir caminhávamos atrás de Renato e sua namorada. Valmir graceja: "Quando um casal anda sacudindo as mãos é sinal de amor". "Se é amor, logo logo chegará um filho, um pimpolho", digo eu, pra completar a pilhéria.
Renato olha para atrás em sinal de reprovação. Mas continuo: "Vocês já imaginaram o filho de Renato? Ele, o garotinho, com três anos, em casa, ouvindo música Romântica, Allegretto Non Troppo, sai do quarto em direção à sala e diz:
'- Papai, estou sentindo um mal-estar.'
Renato, prepocupadíssimo, logo acudiria apalpando o toráx do garoto:
'- Mal-estar? Aonde, meu filho? Diga!'
E o menino responderia:
'- Na civilização, papai.'
Numa noite redundante, com mais, muito mais do mesmo, no Bar de Dona Irene (e não, minha gente, a piada caetaneana previsível não cabe aqui, pois Dona Irene não ri) o hipotético filho de Renato foi o que de melhor aconteceu.
2 comentários:
Se Renato puser em prática o "plano bacurí", meu pai tem uma coleção de livros de monteiro lobato aqui, pra entretenimento do Ribalta jr. Ribaltinha, se preferir. Hehehehe!
Tpá aí uma coisa que eu queria ver: filho superdotado de renato. Tal pai, tal filho. Cara de um, cu do outro.
=)
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