quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Histórias de Grandeza e de Miséria 1: O Dono da frota

Eu, sentado na cadeira do corredor do ônibus, ouvia música, alheio ao mundo. Quando o senhor que estava ao meu lado,na janela, me cutuca e diz:"Eu acho que o homem não deve chorar de barriga cheia". E eu lhe perguntei porque, de onde ele tinha tirado isso, que história era essa, meu caro, ora, ora. E o velho pôs-se a falar de um rapaz, muito amigo seu por acaso, que começou na frota de caminhões como motorista, cresceu, cresceu, cresceu tanto, que virou dono da frota; tinha de um tudo nesse mundo, dinheiro que não acabava mais. E quando alguém lhe perguntava como ia a vida ele bufava, dizia que ia tudo mal, que era um homem muito azarado... Reclamava até do que ainda não tinha acontecido, disse-me o velho. Jogava agouro a si próprio, continuou ele, agouro a si próprio! E com ele está hoje, perguntei-o. Reclamou tanto da vida que ela lhe tirou a forra, perdeu tudo: dinheiro, mulher e reputação. E o que mais? "Mais?!", assustou-se o meu companheiro de viagem. Desgraça pouca é que eu não acho - completou ele.

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