terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Histórias de Grandeza e de Miséria 4: De Pai para Filho e de Filho para Pai
O Coroa... Não, o Coroa não!, soa muito pejorativo. O Senhor... Não, também não, isso soa muito distante para um homem de quase sessenta anos que há pouco me abraçava como menino. Basta: Jojó. Pois bem, Jojó relembra com orgulho seus tempos de jovem moço, recém-casado, indo ao maior bloco do mundo, o Galo da Madrugada, puxando um filho pela mão e carrgando o outro na 'cacunda', logo atrás do trio elétrico, pois atrás dele, como me sopra o mestre Caetano, só não vai quem já morreu. Um alegria, dizia ele, uma maravilha brincar o carnaval de Recife junto com seus rebentos: "Melhor que sonho!!!", abusa Jojó das exclamações. Acontece, e isso é inevitável, o tempo passa, e a idade, ou as limitações que dela decorrem, se sobrepõe a qualquer um. Jojó ainda ia ao Galo da Madrugada, mas não podia pôr os filhos sobre as costas, pois, é sabido, a sua época de homem robusto passou, agora estava um pouco velho, e os filhos grandinhos demais para serem arrastados sobre os ombros. Mas ele queria porque queria refazer todo o velho caminho, ao menos a Rua da Concórdia completa, mas não sabia se aguentava percorrer todo esse trajeto. O rebento primogênito de Jojó lhe pergunta:"Papai, vamos andar a Rua Concórdia como nos velhos tempos?". Jojó replica:"Minha idade chegou, filho, não sei se consigo." Ao que seu filho replica, na lata, sem titubear:"Vamos, Papai, se o senhor farquejar eu lhe carrego nas costas, como nos velhos tempos." E Jojó não conteve as lágrimas que inundavam seus olhos: chorou o choro da gratidão em plena euforia carnavalesca.
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