quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Flagrantes de Mulher 2: Ela, Quando ri

Ela, quando ri, fecha suavemente os olhos, aponta o queixo para o céu, e se desmonta (e me desmonta) numa sonora gargalhada. Eu a instigo, gasto o repertório de piadas chulas: não quero mais que ela pare de rir. Nesse momento, entendi a angústia de Caetano, o poeta baiano, indo ver a bela, a amada, preso por engano, cantando ao policial:'Eu quero ir, minha gente, eu não sou daqui, eu não tenho nada, quero ver Irene rir, quero ver Irene dar sua risada'. Ela, dios mío!, quando ri, faz tudo ser nada: só existe sua graça, riso de quem está levemente embriagada, é pujante, mas também é leve. Eu angustio-me: já não consigo mais encontrar nessa memória embaralhada um piada, um causo, uma anedota que preste! Tenho que dar-lhe combustível: ela não pode parar de rir, eu a quero rindo, ela quer rir-se: sabe que me inebria. Tcharam!, de repente, um estalo, aquilo que parece ser a melhor idéia do mundo. Eu, sorrateiro, pergunto-lhe: "Amor, sabe o que eu mais gosto em você?" Ela: "Não." Eu respondo: "Sua risada, querida, pense numa maravilha!" E ela, desta vez com mais vigor e mais alegria ainda, ri, fecha suavemente os olhos, aponta o queixo para céu, e se desmonta (e me desmonta, carajo!) numa sonora gargalhada.

2 comentários:

Anônimo disse...

Meu irmão sse comentário vale pra essa e pras cincos cronicas anteriores: TA DO CARALHO!!!!
Ta bom demais meu irmão...
Ta simples, mas a simplicidade é dificil de alcançar por isso ela não é o começo, mas sim o fim. Você ta adiantando as coisas meu chapa, ta começando pelo fim rsrsrs
Abraço grande

Castanha

Cabaré Romantico disse...

Mais um pouco e quase consigo ouvi-la rindo...

beijo.