Foi há poucos dias atrás, num domingo, não lembro, querida leitora, a data ao certo, mas um domingo. O dia começou com alguns acontecimentos não muito bacanas, uma ressaca mais aguda que de a costume, o tempo meio nublado... E se encerrou com uma derrota do meu clube de coração, o Santa Cruz. Veja só!
Fiquei triste, amuado, cabisbaixo, com cara de poucos amigos. Abandonei, ou ela me abandonou, a alegria que comumente me acompanha. Não fiz gracejos com a leve embriaguez de um amigo meu, não ri do escorregão do outro, abdiquei da oportunidade de contar alguma piada. Sisudo até o talo, era capaz de fuzilar alguém só com o olhar. Não sei, exatamente, o que me abateu. De tudo isso, posso chegar a uma única conclusão: até a alegria tira férias.
Fui para casa ainda melancólico. Esperava uma ligação, um torpedo, um e-mail, um sinal de fogo, amigo!, dela. Mas nada veio. E eu fiquei a mascar o gengibre da desesperança. Um dia após, já curado da minha 'doença da chatice', ponderei, e achei até melhor não ter recebido nada dela. Na situação em que eu me encontrava, corria o risco de dar uma dimensão exagerada a uma atitude trivial, me entendes?
Porém, depois de ditas tantas amenidades, poderás vós me perguntar, de que me interessa tua ressaca, a derrota de teu time, tua chatice, a ausência de tua donzela?, que importância tem isso? E eu vos direi muito sinceramente: nenhuma. Eu não sou um daqueles cabras iluminados que tem a faculdade de contar belas histórias, tal qual Ernest Hemingway em O Velho e O Mar, menos ainda de dar-lhes importância. O que faço, e ainda assim muito mal, é contá-las.
Contudo, e aqui também com toda a sinceridade que me é lícita, digo: deixe de ser folgado, acomodado, preguiçoso. Arrumai vós uma importância para esta pobre história. Ou eu haverei de fazer tudo sozinho?
Pois bem, assim ficamos então combinados: eu conto as histórias, vocês lhe atribuem alguma importância.
Um comentário:
quote total!! "até a alegria tira férias." Essa frase vou usar pra vida.
;)
Postar um comentário